quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Fontes de erros em inventários



Política de diminuição do nível de quebra
QUEBRA DESCONHECIDA
Causas / Pontos de risco:
          Pretende-se indicar pontos críticos, áreas de atuação... onde deve recair toda a atenção e possíveis ações de controlo e prevenção.
          Melhores Práticas e ferramentas para a prevenção e o controlo da Quebra Desconhecida.

FURTO INTERNO
Causas / Pontos de risco
A gestão dos recursos humanos da empresa.
Os seguintes fatores têm influência no comportamento dos colaboradores e portanto também podem agir como inibidores ou potenciadores de certos comportamentos desonestos:
·         Ambiente laboral: Nível de implicação, motivação, etc.
·         Política de recursos humanos e de contratação: Duração dos contratos, rotação do pessoal, políticas de retribuição, etc.
O produto. O risco de um artigo poder ser furtado aumentará em função da sua atratividade para o potencial ladrão.
Os parâmetros que determinam esta atratividade são:
·         O valor.
·         A novidade.
·         A facilidade de venda.
·         A facilidade de ser furtado (tamanho, etc.).
·         Localização nas instalações (existem partes das instalações onde é mais simples “agir”).
Os procedimentos. A forma como são concebidos ou sejam executados os procedimentos será determinante para inibir ou facilitar os comportamentos desonestos. Neste sentido os maiores riscos na cadeia de abastecimento são:
·         As encomendas em que não é possível controlar o conteúdo no momento da entrega.
·         As entregas em que se desconhece o seu conteúdo exato.
·         As entregas ‘cegas’ (não é controlado o conteúdo dos envios no ato da receção da mercadoria).

Melhores práticas na prevenção e controlo do Furto interno
Antes de mais, é recomendável estabelecer:
-        Normas de funcionamento interno, tanto para o funcionamento geral da empresa, como para os procedimentos mais críticos, e fazer uma avaliação e o acompanhamento constante da aplicação destas normas.
-        Medidas de prevenção e controlo dos produtos e nomear responsáveis encarregados de aplicar estas medidas.
É recomendado valorizar e analisar, ao nível em que seja necessário e possível (empresa, departamento, organização, empregado...) uma série de fatores que atuam como potenciadores ou inibidores de comportamentos desonestos.
Os fatores em concreto são:
·         A tentação. Esta variará em função:
-         Da necessidade do empregado.
-         Da cupidez do empregado.
·         O nível de tolerância entre os quadros relativamente às ações desonestas contra a própria empresa.
·         A facilidade de cometer furto interno em cada departamento, empregado... Esta variará em função de três fatores:
-         Acesso à mercadoria.
-         Tempo disponível.
-        Posição que ocupa.
A perceção do empregado sobre as possíveis repercussões que possa ter um comportamento desonesto. Esta dependerá:
-        Do “medo” de ser apanhado.
-        Do “medo” de ser castigado.
-        De se sentir culpado.
A valorização destes fatores irá permitir que sejam tomadas medidas de prevenção e controlo mais adequadas a cada caso. Em concreto trata-se de:
·         Evitar que sejam criadas perceções entre os empregados:
“A empresa já ganha dinheiro suficiente”
Neste caso existe um elevado nível de tolerância relativamente às pessoas que cometem ações desonestas.
“Aqui roubar é muito fácil”
Os empregados não têm medo nem de serem apanhados nem de serem castigados.
·         E de trabalhar de forma eficiente o conceito de:
“A empresa é a minha casa”
-        Fatores como a cultura empresarial, a integração do empregado e a política de recursos humanos, atuam como inibidores das tentações que os empregados possam ter.
-        De notar que a aplicação de determinadas medidas de controlo sobre os empregados pode ter efeitos contrários sobre o facto de que os trabalhadores verem a empresa como “a sua casa”.

FURTO EXTERNO
Causas / Pontos de risco
Tal como se viu no capítulo anterior, o risco de um artigo ser furtado aumentará em função do seu grau de atratividade para o possível ladrão. Os parâmetros que determinam esse grau de atratividade são:
·         O valor
·         A novidade
·         A facilidade de venda
·         Facilidade de ser furtado (tamanho, etc.)
·         Localização nas instalações
O transporte. As operações de transporte estão sujeitas a uma série de procedimentos de elevado risco (carga, descarga, entregas...).
Além disso, deve ter-se em conta que as ações de furto costumam acontecer com a cumplicidade das pessoas que têm acesso à mercadoria, quer sejam externas como internas à organização.

Melhores práticas na prevenção e controlo do furto externo
É recomendado que sejam tomadas medidas de controlo e prevenção nos seguintes âmbitos:
Controlo de edifícios
-        Controlar o acesso às instalações de pessoas e veículos alheios.
-        Atribuir acreditações às pessoas alheias à organização e colocar distintivos nos veículos externos para que sejam identificados no interior.
-        Atribuir cartões de identificação a todos os empregados que tenham acesso às instalações.
-        Reduzir na medida do possível o número de entradas e saídas às instalações.
-        Manter permanentemente vigiadas as portas por onde entram e saem veículos e pessoal.
-        Construir cercas à volta do edifício. É recomendado:
-        Fazer inspeções diárias.
-        Evitar armazenar materiais ao pé das cercas.
-        Relativamente ao estacionamento de veículos, é recomendado:
-        Sinalizar as zonas e os lugares.
-        Localizar o estacionamento dos empregados longe dos edifícios.
-        Prever lugares para as visitas.
-        Potenciar iluminação uma vez que:
-        Constitui um elemento de segurança para o vigia.
-        É um elemento dissuasivo de grande importância.
Controlo de mercadoria
-        Não permitir que estacionem veículos particulares nas zonas de carga e descarga, ou em zonas adjacentes aos edifícios onde é armazenado produto.
-        Manter vigiadas zonas críticas como o acesso dos vestuários à zona onde está a mercadoria, o acesso aos cais...
-        Guardar as mercadorias de mais valor em zonas especialmente vigiadas e registar os movimentos de entrada e saída a essas zonas: data, hora, número do selo...
Sobre o papel e as funções que o camionista deve desempenhar é recomendado
-        Que esteja presente durante a carga e a descarga.
-        Que assuma a responsabilidade de que a mercadoria que figura na nota de entrega seja a que carregou e descarregou ao nível da unidade de expedição.
-        Contingências: É recomendado que o camionista possua um documento que certifique que se viu obrigado a retirar o selo do veículo por exigência das forças da ordem. Caso esta circunstância aconteça, o documento também deve certificar que o veículo foi de novo selado na presença das forças da ordem. Para isso, logicamente, o camionista deverá receber selos de reserva.
Tecnologia aplicada ao controlo e prevenção durante o transporte de mercadorias e às funções associadas a este
-        Global Positioning Systems (GPS): Esta tecnologia permite fazer um acompanhamento do movimento das cargas. Além disso, graças a ela também é possível disponibilizar informações precisas sobre o local, a situação dos envios e se são utilizados alarmes para detetar se a carga do veículo foi violada.
-        Selagem da carga ou do camião: Deixar registo que o conteúdo da carga ou do camião foi violado.
-        Caso receba cargas seladas certifique-se que os selos não foram manipulados e que os números do selo estão corretos.
Tecnologia aplicada ao controlo e à prevenção na cadeia de abastecimento
-        Alarmes de deteção nas entradas e nas saídas.
-        Circuito Fechado de Televisão.

ERROS DE GESTÃO
Os erros são falhas na gestão, não detetadas, que fazem com que as contas dos resultados apresentem valores inferiores.
Alguns exemplos seriam a anotação de vendas com preços incorretos, a não contabilização de Quebras de produtos, elaboração de encomendas incorretas...
Os erros na cadeia de abastecimento costumam originar:
-        Dissonância entre os fluxos físicos de mercadoria e o fluxo de informação associada, levando a diferenças no inventário por:
-        Quantidades de produto incorretas.
-        Produtos incorretos (referência, formato...).
-        Deterioração dos produtos.
Causas / Pontos de risco de erros na cadeia de abastecimento
As principais causas de dissonância entre o fluxo físico de mercadoria e o fluxo de informação são:
-        Falta de formação e de meios materiais adequados para o tratamento da informação.
-        Falta de Alinhamento de Ficheiros Mestres:
Por isto entende-se que os agentes que intervêm na cadeia de abastecimento manuseiam a mesma informação atualizada de produto (formato promocional, dimensões, preço...).
Os seguintes procedimentos acarretam maior risco para a dissonância entre o fluxo físico de mercadoria e o fluxo de informação:
-        A preparação das encomendas.
-        Os processos de entrega e a receção da mercadoria, especialmente as entregas que se fazem diretamente na loja.
-        A gestão das devoluções e os produtos estragados.
A deterioração dos produtos acontece por não existirem instalações adequadas que permitam:
-        Manter uma temperatura adequada para a conservação dos produtos.
-        Execução de uma “paletização” correta.

Melhores práticas na prevenção e no controlo dos erros
É recomendado basear a prevenção e o controlo dos erros na cadeia de abastecimento:
-        Numa definição eficiente dos procedimentos mais críticos.
-        No controlo sobre a execução dos mesmos.
-        No manuseamento e no fluxo da informação adequada na cadeia da oferta.
-        Na utilização eficiente das ferramentas adequadas.
É recomendado realizar ações de formação dos empregados sobre:
-        Aplicação dos procedimentos estabelecidos.
-        Utilização e manuseamento das ferramentas necessárias.
Mais concretamente, indicaremos de seguida um conjunto de melhores práticas e ferramentas cuja aplicação contribui para melhoramentos significativos na eficiência do fluxo de mercadoria e de informação na cadeia de abastecimento:
·         Preparação de encomendas, manipulação, carga, transporte, descarga e receção da mercadoria.
·         (Intercâmbio Eletrónico de Dados) EDI: Através de mensagens EDI, as empresas podem automaticamente:
-         Comunicar com antecedência o conteúdo exato dos envios.
-         Confirmar a receção da mercadoria e informar de possíveis ocorrências no processo de receção.
-         Informar sobre a situação concreta das encomendas.
·         Codificação EAN.UCC 128: É um sistema de identificação criado para ambientes não retalhistas (armazém), para ligar o fluxo físico de mercadorias ao fluxo de informação e facilitar a integração dos fluxos de informação entre as empresas. A codificação EAN.UCC 128, entre outras questões, permite:
-         Automatizar a gestão dos armazéns (Ex: A leitura do código permite colocar a mercadoria no armazém em função da data de validade do produto, informação incluída no código EAN.UCC 128).
-         Agilizar os processos de receção de mercadoria. Em suma, estas ferramentas aliadas às melhores práticas permitem reduzir as ocorrências e controlar os pontos de risco que constituem uma fonte de erros na cadeia logística:
·         Agilizam e aumentam a qualidade da informação para os fluxos administrativos e operacionais.
·         Reduzem ocorrências nas entregas e no processo de faturação.
·         Aumentam os níveis de informação e localização dos produtos.

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